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Neiva Alves Ribeiro -

AQUI, AGORA E O ENVELHECIMENTO

Atualizado: 15 de nov. de 2020


Escrever sobre o tema envelhecimento é fascinante. Há alguns anos atrás, velho era uma pessoa de seus cinquenta anos. Hoje com o avanço da medicina, pesquisas, medicamentos, enfim, uma gama de possibilidades tanto na cura quanto na prevenção permite estender esta margem da vida e não raro se houve sobre a existência de pessoas com mais de cem anos de idade. Se por um lado é encantador o fato da vida se prolongar, por outro nos deparamos com o próprio despreparo do homem para viver este prolongamento, ele idoso não está preparado, e o que é pior a sociedade, o jovem também não está.

Ainda existe muito tabu e preconceito sobre o tema velhice, sendo que estas questões iniciam com o próprio velho que muitas vezes se entrega a esta etapa esperando a morte, ou mesmo se agarra a filhos e netos como se ali estivesse a qualidade para viver o tempo de vida que ele ainda possuí e que não sabe o que fazer. Por outro lado a sociedade que marginaliza, desconsiderando o velho dando-lhe o rótulo de inútil, principalmente quando este se aposenta.

Sem dúvida, deveriam ser anos mais bem aproveitados e a bem da verdade, não queremos pintar o quadro de dourado como se tudo fosse maravilhoso, porque não é assim. Existem idosos com problemas físicos, mentais e tantas patologias que podem surgir com o passar dos anos, ou ainda os segregados por medíocres aposentadorias, não dispondo do suficiente para viver com dignidade. Porém, aqueles que desfrutam de boa saúde e são considerados dentro do que se chama velhice ativa, estão numa fase considerada privilegiada, filhos cresceram e eles próprios pararam de trabalhar, ou seguiram outras profissões, muitas vezes a que postergaram pela necessidade iminente de ganhar o sustento.

Com certeza o velho de hoje não corresponde a figura que temos dos nossos antepassados. O doutor em saúde pública Alexandre Kalache, descreve esta faixa etária dando o nome de “Gerontolescentes”, os descrevendo como pessoas com mais de 60 anos de idade, inovando em várias áreas profissionais, sociais e segundo o autor eles os, GERONTOLESCENTES, estão reinventando a última etapa do ciclo vital, que caracteriza o envelhecimento ativo.

Esta nova forma de encarar e viver o envelhecimento faz parte de um novo perfil demográfico que o mundo presencia, configurando uma mudança no panorama mundial. Em países em desenvolvimento como o Brasil, segundo dado da OMS no ano de 2025 seremos o sexto pais do mundo em número de idosos. Isto se deve ao controle de inúmeras doenças infectocontagiosas, o avanço da medicina com novas tecnologias, as políticas de vacinação em massa, os antibióticos, enfim, o recurso dos medicamentos como fatores que perpetuam a vida e favorecem a longevidade. Caminhamos todos para uma situação inusitada.

O mundo será velho em muito pouco tempo. Nessa demanda o velho precisa aprender a colocar-se diante da sociedade como um cidadão que possui direitos e deveres, consciente de suas capacidades e criando novas oportunidades. Tudo na vida passa por escolhas. Todas as transições são carregadas de situações a serem transpostas, modificadas para que sigam um fluxo saudável onde todos se beneficiem e nesse quesito o velho deverá ser o primeiro a lançar-se, explorando o que a ciência está a oferecer e o que ele próprio pode se autorizar. “VIVER A VIDA” com sabedoria.

Ainda podemos pensar, mas o que é ser velho? E talvez a resposta venha de nossos pensamentos que podem estar velhos e emaranhados em situações passadas, onde o presente fica marginalizado no ontem, ou mesmo se deposita no amanhã. Nem no amanhã, nem no passado podemos viver respostas que nos possibilitem uma vida serena, tranquila com projeção e realização dos nossos sonhos. No passado possivelmente esteja a mágoa, desencanto e tudo o que não deu certo. Este lugar quando visitado, traz tristezas, desencantamentos, falta de motivação e continuando nesta estrada, o caminho que podemos nos deparar será, talvez, com uma depressão.

O futuro está projetado no amanhã, outro engodo que podemos viver, pois este amanhã ainda não aconteceu. De que adianta nos preocuparmos com algo projetado para o dia seguinte? Algumas situações na vida são projetas para o futuro, como uma poupança que vai nos trazer mais solidez e tranquilidade em momentos difíceis, ou mesmo decisões que julgamos, ou nos foi sugerido em determinados acontecimentos serem decisões para melhorar a qualidade de vida no futuro.

Afora isto o amanhã quando vivido no tempo presente, traz ansiedade e desconforto. O exemplo que mais ilustra esta situação são as preocupações com finanças, ou mesmo o cumprimento de uma agenda na hora de dormir. O tempo de dormir é AGORA, portanto, o melhor a fazer é descansar para que a solução seja possível de ser encontrada. Não importa a idade, esta última é cronológica, o mais importante é mantermo-nos no aqui e agora.

O aqui é o tempo presente, tudo o que importa, “o foco” é o que acontece neste momento, este é o melhor lugar que podemos estar. São as oportunidades para fazermos situações acontecerem, sonhos tornarem-se realidade e com isto a assertividade para viver uma vida jovem. Nossos pensamentos e ações quando baseados no presente são independentes do tempo cronológico, tornam-se atualizados, inspiram uma vida com saúde e crenças positivas. PASSADO x FUTURO, dois tempos que não privilegiam para desfrutar uma vida prazenteira e assertiva. LIGUE-SE o tempo é agora.















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